Como anda a sua sensibilidade?
Suas emoções diante do flagelo humano, da dura situação que as pessoas estão enfrentando?
O que você sente ao ouvir o grito mudo de olhares sem esperança, brigas e desajustes familiares?
Alguém pode dizer…mas isto sempre ocorreu…
Sim sempre ocorreu, o mundo sempre colocou nossa esperança num dia melhor, distanciando-nos ilusoriamente dos carmas e das dores coletivas.
Minha pergunta, diz respeito aos nossos enfrentamentos reais, diante da dor do mundo, da dor alheia.
Vejo olhares impiedosos diante de problemas, sinto como se estivéssemos calejados, distantes dos sentimentos de compaixão, amor e generosidade.
A dor do outro não afeta nossa harmonia, a fome alheia, não me faz sentir vergonha do desperdício em nossa casa.
A realidade cruel do mundo, não faz parte do meu show, da nossa propria vida.
Se fechamos em paus, como se não fizéssemos parte da estatística de fome, de guerra, de morte.
Estou imune dentro do meu mundo, você imune dentro do seu, e muitos fingindo que nada nos fere, nos agride e abala.
Neste isolamento social, com toda exposição da midia, fingimos que não existem mortes, que a tragédia alheia passa longe da perfeição de nosso mundo.
Praias lotadas, bares, festas, o mundo querendo voltar ao normal, antes do tempo.
De alguma forma nos sentimos bem, vivendo a ilusão de que tudo está bem.
Em vez de exercitarmos a compaixão, nos apegamos na fantasia de que somos invencíveis, e vivemos numa realidade paralela, onde não existe dor e nem mal.
É normal renegar a dor, fingir que nada pode nos atingir…
O que não é normal, é além de fingir e ignorar o que acontece, é deixar de sentir, ignorando os sentimentos como compaixão e misericórdia.
Não vivemos em redomas, todo efeito vem seguidos de consequência.
Para e sinta.
Como anda a sua sensibilidade diante da dor alheia?
Amanhã pode ser você.